domingo, maio 28

Sobre a difícil arte de se relacionar

Nunca me senti tão cruel quanto hoje. Olhei nos olhos do homem que esteve ao meu lado nas últimas cinco semanas e pedi a ele um tempo. Sinto meus pêlos dos braços arrepiados enquanto escrevo isso, sabendo que ele provavelmente vai ler. Não sei como ser menos dura. Eu nunca soube terminar relações. Sempre achei que era só parecer fria e distante e elas terminavam sozinhas. Mas não foi assim. Ele me cobrou explicações, me disse que precisava ouvir meus frágeis argumentos pessoalmente. Olhos nos olhos. E eu tremi. Engasguei. E não soube dizer muito claramente que o problema sou eu. Que eu não estou pronta pra me relacionar com alguém como ele, que eu preciso de um tempo pra colocar a minha vida nos eixos e repensar os meus objetivos.

Não consigo dormir, não consigo parar de pensar no olhar de pesar que ele tinha. É mais uma pessoa que eu decepcionei, mais uma pessoa que eu perdi. Posso ter mandado embora a minha alma gêmea, o amor da minha vida e essa dúvida vai se perpetuar. Mas não dava mais para continuar, não seria legal para ele. Todas as não-afinidades que no começo pareciam me atrair ainda mais, foram nos separando com o tempo. Eu já não via mais nele o olhar de admiração que tanto encantava meu ego.

Agora, precisamos seguir em frente, os dois. A felicidade nos espera em algum lugar e eu estou torcendo por ele, acho até que mais do que por mim mesma.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando a admiração dá lugar a cobranças, fica muito mais difícil manter o encantamento.

A duras penas eu descobri que é melhor ter ao lado alguém como nós do que alguém oposto, porque essa pessoa tão parecida, mesmo que da forma mais difícil, vai sempre entender o que fazemos, lá no fundo.

Você vai ficar bem, acredite nisso.
Beijo!